domingo, fevereiro 26, 2006

Carnaval 2006




Chegou o carnaval, que quanto a mim é a epoca mais ridicula para Portugal.
Ridicula porque tudo, ou quase tudo, quanto se faz para festejar o carnaval, é abrazileirado. Não quero com isto dizer que tenho alguma coisa contra os brazileiros (a não ser o Beto do Benfica), mas acho ridiculo ver portugueses a tentarem, a todo o custo, ser brazileiros, ver escolas de samba portuguesas e ver desfiles de carnaval que são imitações baratas, muito baratas, do que se faz no Brazil.
Será que Portugal não tem tradições carnavalescas? Será preciso adoptar as tradições de outros paises?
E aquelas musicas? Eu não tenho memória de ouvir outras musicas no carnaval senão aquelas, ao menos arranjem qualquer coisinha menos velha, só pa desenjoar, aquela "bébé" que tanto pede a chupeta, após 137 anos, já deve tar um pouco cansada de tanto chuchar.
Isto é tudo um excelente negócio para os brazileiros. Os chineses abrem lojas, os brazileiros transformam o carnaval português em carnaval brazileiro, mas em versão má.
Portugueses e portuguesas, tomem juizo.
Já não há paciencia.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Novo Mp3

Depois de muito ponderar sobre marcas, modelos de todos esses leitores de mp3 existentes no mercado, finalmente decidi-me por comprar este aqui.

sábado, fevereiro 11, 2006

A vida é dificil

A vida é difícil. Esta frase foi-nos repetida pelos nossos pais. Hoje, como pais, quantos de nós dizemos aos nossos filhos, com intenção de que frutifique, que a vida é difícil? Partir para a vida sem a noção de que ela é difícil é tomá-la ainda mais difícil.
Os pais que amadurecem a vontade e a liberdade dos seus filhos com a noção de que a vida é difícil estão a facilitar-lhes a vida.
Há um problema moderno central: o Homem crê que ser feliz é não ter problemas, nem conflitos, assim como confunde estar satisfeito com ser feliz.
A primeira crença é generosa, mas irrealista; a segunda crença é sedutora, mas um equívoco.
Comecemos pelo irrealismo: um mundo sem problemas e sem conflitos não existe. Formar a nossa liberdade, construir a nossa motivação de vida a partir do pressuposto idealista de que não devia haver problemas e conflitos é um erro.
Educar para o bom uso da liberdade é educar para aprender a ler a vida num mundo de conflitos.
O pai que não coloca aos filhos uma dimensão de dificuldade, mas antes corre à frente do filho procurando resolver-lhe todos os problemas, educa mal.
O crescimento sem adversidade é fragilizante da personalidade e, sobretudo, inadequado para o mundo conflitual em que vivemos.
As duas dimensões nucleares da vida humana são, cada vez mais, espaços de tensão e de conflito: o amor e o trabalho.
Só personalidades fortalecidas na sua formação pela percepção clara das dificuldades da vida saberão persistir, esperar e exercitar a paciência para fazer prosperar relações profundas onde assentam os grandes compromissos da vida, como o casamento e a família.
No mundo empresarial, crescentemente competitivo, a questão é semelhante: as personalidades amadurecidas pela aprendizagem das contrariedades da vida têm melhor çapacidade de afirmação e de construção do que aquelas que não conseguem integrar em si, de modo são e natural, a tensão, o conflito ou a diferença.
A qualidade de vida de cada um de nós mede-se pela qualidade das nossas relações.
Se a qualidade da nossa vida, sobretudo no amor e no trabalho, se mede pela qualidade das nossa relações e essas relações estão condicionadas por um ambiente de tensão, a sabedotla da vida está em gerir essa tensão e não em iludi-la.
Por outro lado, a sedução da satisfação imediatista é um equívoco perigoso. Perigoso
porque orientamos a nossa necessidade de ser felizes por um caminho que não é solução.
O contentamento, como fim em si mesmo, é sempre meio caminho. Inelutavelmente, fica o resto do caminho por andar e é nesse resto que se joga a plena realização de cada um.
A vida, quando a prezamos, é feita de projectos que prosseguimos, quer chova quer faça sol.
Não devemos silendar, nem comprar, pela lógica da satisfação imediata, a força interior que nos move.
Saber pagar o preço do desgaste e não só o preço da comodidade é o segredo da vida.
Um mundo de pessoas apaparicadas, que recusa que a vida seja difícil, é um mundo fragilizado.
A vida é bela, sendo o que é.

António Pinto Leite, in Revista Expresso, 01/11/02