Fui andar de bicicleta. Desde o verão que não pedalava, foi uma canseira. Seja como for, numa simples viagem de mais ou menos 10km, consegui um feito extraordinário, dei às duas câmaras de ar, toda uma nova vocação, ou seja, no fim da viagem serviam mais para coadores, tal a quantidade de buracos. Assim até deu jeito para escorrer a água da massa do jantar.
Posto isto fui ter com uma rapariga e disse-lhe:
-Olha vamos fazer o amor?
Ao que ela respondeu:
-Agora não me apetece, tu és muito infantil.
-Calha bem, porque eu só aqui vim para a brincadeira.
Fui-me então embora, apanhei o avião e fui para Madrid. Parti em busca da louca "movida madrileña", hospedado numa zona de bares gays e todos os dias passei por uma rua com prostitutas de dois em dois metros, a qualquer hora do dia. Prédios tortos, torres com antenas, chupitos e sangria Don Simon. Quatros dias de viagens de metro, de visitas a museus, risos mudos, timoteos, bebedeiras e cabeçadas. Dei tantas cabeçadas como em todo a minha vida, em tudo quanto foi sitio, nas camas, no metro, num cotovelo e etc.