quinta-feira, dezembro 29, 2005

Mau

À pouco senti-me mau.
Estava eu a jantar e a ver o telejornal da SIC ecomecei a ler em rodapé: "Suicida bombista faz-se explodir...", e pensei: "Bombista!? Explodir!? Onde!? Quando!?", lendo então o resto da frase: "...explodir em Israel." e voltei a pensar: "Abom! Foi em Israel, já me estava a assustar, podia ter sido noutro sítio qualquer!".

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Politiquices

Presidenciais, o assunto quente do momento, não se fala noutra coisa.
Tudo isto começou logo em Setembro e só agora está oficialmente aberta a campanha e durará até 23 de Janeiro, muito tempo para os aturar ainda.
Chegamos agora aquela altura das campanhas em que, por tão precoce inicio das campanhas, já tudo foi dito, em que já foram apresentadas todas as propostas e todas as ideias, em que as estações de televisão tem de obrigatóriamente arranjar noticia e aproveitam tudo o que é dito, qualquer gafe cometida pelos candidatos é noticia durante dias, em que os candidatos tem de arranjar assunto, e já tendo exposto cada um as suas ideias e propostas, é chagada a altura de se criticarem mutuamente, não que tal não tenha já acontecido, é a aquela altura que já não interessa a ninguem, digam o que disserem, já ninguem quer saber pois já tudo à espera que acabe, que chege finalmente dia 23 de Janeiro.

Aí está o 2006

É verdade, ai está o belo do 2006.
2005, mais um ano que passou a correr sem nos dar-mos conta.
Dizemos adeus a 2005, que muitas razões não deixa muitas saudades, por outras talvez - poucas, falo por mim - e escancaramos as portas para o 2006, um ano de muitas esperanças, esperança que a condição do pais melhore, que os nossos politicos tomem juízo, que Portugal ganhe o mundial, que eu faça finalmente a Matemática do 12º e por consequencia entre em Artes Visuais. E também um ano de algumas certezas, Cavaco Silva presidente, no verão o pais voltará a estar em chamas e bater recordes de área ardida e politicos a prometerem que tal irá mudar, Portugal ser campeão mundial, eu no Rock in Rio (mais esperança que certeza).
Um bom 2006 para todos (principalmente para os leitores assiduos deste blog).

segunda-feira, dezembro 05, 2005

quarta-feira, novembro 23, 2005

Meu lugar...

Aqui cheguei, voltei, a este lugar que já não conheço nem nunca conheci, onde nunca vivi nem soube viver. Não nasci, não vivi, não morri. Que faço eu aqui? Eu, aqui. Não... Sim.
Ando. Passo depois de passo, passo antes de passo, ando.Vou a lugar nenhum, chego a lugar algum. Incerto, percorro caminhos que não conheço, que não sei onde me levam. Caminhos da alma. Perdida. Talvez nunca encontrada. Isolada, desanimada. Sobrevive.
Aqui chove, aproveito cada gota, oiço cada história que me contam. Está fresco, seco, húmido, frio. A luz, aproveito cada segundo de luz, que me ofusca os olhos.
Passa uma hora, duas... Três. Solidão, num quarto que cada vez parece maior, mais frio, mais vazio, mais escuro e triste. No espelho ao canto vejo um reflexo, alguem que não conheço. Ou deveria conhecer. Só, olho para um telefone que nunca toca. É caro o tempo, que me põe contra a parede. Escondo-me. Peço perdão se digo que quero ser como dantes, uma criança que, sem medo, oferece o seu carinho.
É dia, espero pela tarde, noite. Adormeço. E é de novo dia, espero pela tarde, chega a noite e volto a adormecer. Outra vez, assim. Não me lembor de mim. Eu. Por vezes especial, belo, espetacular, poderoso, imparavel. Por vezes miseravel, penoso, só, fraco, frágil.
Amor. leva-nos à loucura. Leva-se as coisas longe de mais. Por amor. longe. Por amor. Ainda mais. De todas a mais bela dor, mas doi. Dor que faz viver. Dor que deixa morrer. Não quero saber se doi. Parece que é verdade o que dizem sobre o amor: é cego. Dentro de mim mil problemas vivem. Mil problemas que me negam.
Pela ultima vez, escrevo a linha final deste interminavel poema. Sem forças. Corro sem cessar. Sem sair do meu lugar. Meu lugar... Ao qual cheguei, ao qual voltei, que não conheço. Esse meu lugar...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Pictures In The Wall

(...)
People pass by, and some look down on me and wonder. I can hear them ask why it is that I am like this, and how did I ever allow myself to become so. It amuses me to imagine their expressions if I was ever to tell them why; tahat I chose to live in the edge of the society because I choose to be like a child that is concerned only with the day ahead, and with all the excitement and amusement, that the day may bring. I do not curse the skies, or sin against the heavens, because I stay away from all constraints. I belive in everything and in nothing at once, and acknowledge that the world is not mine to control. I realised long ago that I wish only to walk and live life, for the sheer pleasure of doing so, for i had already spent enough time doing quite the oposite.
For as long as i can remember, I have been building walls around me on which I paint my passing fantasies, so it is no wonder that I am a lone walker. Long time has passed since i have lost count of the walls I have Put up.
(...)

(...)
Las personas pasan, y algunos bajan la mirada en mi dirección y se hacen preguntas. Yo consigo oírlos cuando se preguntan por qué me encuentro así. Me entretengo imaginando sus caras si alguna vez me propusiera explicar por qué; que escojo vivir al margen de la sociedad porque escojo ser como un niño que apenas se preocupa con el día siguiente, con todas las sensaciones nuevas que le pueda traer. No maldigo a las nubes, ni peco contra los cielos, porque me mantengo alejado de los problemas. Creo simultáneamente en todo y en nada, y reconozco que el mundo no es mío ni lo puedo controlar. Hace ya mucho tiempo que me di cuenta de que apenas deseo andar y vivir la vida, por el mero placer de hacerlo, porque ya he perdido demasiado tiempo haciendo lo contrario.
Desde que me acuerdo, he estados construyendo paredes a mi alrededor, paredes donde dibujo mis fantasías pasajeras; por eso, no es de admirar que sea un caminate solitario. Ha pasado mucho tiempo desde que perdí la cuenta de las paredes que erguí.
(...)

(...)
As pessoas passam, e algumas descem o olhar na minha direcção e questionam-se. Eu consigo ouvi-los quando se perguntam porque é que me encontro assim. Entretenho-me a imaginar as suas caras se alguma vez me propusesse a explicar porquê; que eu escolho viver na margem da sociedade porque escolho ser como uma criança que apenas se preocupa com o dia que se segue, com toda a exitação e divertimento que ele possa trazer. Não maldigo as nuvens, nem peco contra os céus, porque me mantenho afastado dos constragimentos. Acredito simultaneamente em tudo e em nada, e reconheço que o mundo não é meu para dispor ou controlar. Há muito atrás, apercebi-me que apenas desejo andar e viver a vida, pelo mero prazer de o fazer, porque já perdera demasiado tempo a fazer o contrário.
Desde que me consigo lembrar, construí paredes à minha volta, paredes onde desenho as minhas fantasias passageiras; por isso, não admira que eu seja um caminhante solitário. Já passou muito tempo desde que perdi a conta das paredes que ergui.
(...)
by William Blanes
in "Pictures In The Wall"

terça-feira, novembro 01, 2005

Se Perguntarem por mim

Vivo por viver
Morro se morrer
Amiga solidão
Inimigo? o coração
A vida é uma canção
Todos os dias desafino
Com o ritmo não atino
Solidão é imensa
Tristeza é intensa
Será que compensa?
Compensa viver assim?
Será isto o inicio do fim?
Se perguntarem por mim
Digam que voei...
Numa nuvem me sentei
Nela deitado sonhei.
Caminhei sem fim
Voei sem destino
Procurei o caminho
Sem nunca o encontrar
Voltei ao meu lugar
Sem lhe pertencer
Voltei a errar
Sem o erro perceber
Que mal fiz eu
Ou que não fiz
Olhando o céu
Me perguntei
Se foi isto que eu quis.
Não arranjo solução
Problemas me invadem o coração
Uma imensa ilusão
Mera sensação de vida
Pouco sentida
De tudo isto já me cansei
Criei um escudo
Fugi de tudo
Asas ganhei
Com elas voei
E se por mim perguntarem
E em lado nenhum, me encontrarem
Simplesmente digam que voei.


por Jorge Simão
2005

quarta-feira, outubro 26, 2005

O amor é fodido

"O amor é fodido. Hei-de acreditar sempre nisto. Onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser fodido. E melhor do que morrer. Há coisas, como o álcool e os livros, que continuam boas. A morte é mais aborrecida. Por que é que fodemos o amor? Porque não resistimos. E do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir. De resto, ninguém suporta viver um amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. Tem de haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. Um amor só um bocado fodido pode ser a coisa mais bonita deste mundo."
Miguel Esteves Cardoso
in "O amor é fodido"

Porquê?

Porque é que se torna tão dificil esquecer quando assim o queremos, porquê?

Porque é que não consigo esquecer quem não devo lembrar e remeter-me à minha amiga solidão, ao seu silêncio, à sua frieza, à sua imensidão. Seria tudo tão mais fácil, sim seria... Fácil como se se pudesse apagar essas memórias, memórias que se cruzam, que entram em conflicto, com pensamentos que surgem no coração, pensamentos estes sem razão nem fundamento, que não passam de meras ilusões que nos alimentam o coração e nos desiludem a alma.

Porque é que volta sempre a lembrança daquele sorriso, daquele olhar ou daquela palavra. A saudade que aperta quando se está longe e a saudade que incomoda quando se está perto. Desespera-se pelo som dessa voz, mas que depois de ouvir, deseja-se nunca ter voltado a ouvi-lo. O som dessa voz que costomava ser melodiosa e reconfortante e que agora corta a alma como se de facas se tratasse.

Porque é que as escolhas são feitas por um coração que primeiro age e só depois nos faz pensar nas consequências. Acções irreflectidas, pensamentos sem sentido, sonhos perdidos... Ilusões.

Porquê?

Gostava de um dia poder, tudo isto, explicar. Pois neste momento não encontro uma explicação credivel para as razões que me levam a amar sempre quem não devo.

Porquê?

terça-feira, outubro 18, 2005

Nunca mais, a serio que nunca mais

Ao fim de cinco bons anos, tive a estupida ideia de voltar a comer um simples hamburguer no McDonnalds. Não sei como é que voltei a cair noutra, comi o chamado Big Mac na noite de sabado passado e ainda hoje tenho o sistema digestivo todo voltado do avesso.
Juro que nunca mais caio noutra, aquilo é mau. E sinceramente, não percebo como é que há tantas pessoas no mundo inteiro que comem aquela porcaria (isto para não dizer outra coisa) todos os dias, como é que aqueles estomagos aguentam?
Eu, volto a dizer, nunca mais.
E tenho dito.

domingo, outubro 09, 2005

Penso

Penso...
Penso na vida
Penso na morte
Na grande sorte
Que por mim foi perdida
Ou que nunca vou encontrar
No grande azar
Que para sempre irá durar
Penso no que mais irei perder
O acontecerá se eu morrer
Quem me esquecerá
Quem para sempre me amará
E me recordará
Penso no mundo em que vivo
Em que sobrevivo
Minha alma isolada
Alma penada
Por muitas razões desanimada
Penso no amor
De todas a mais bela dor
Dor que faz viver
Dor que deixa morrer
Do amor à paixão
Do sonho à solidão
Penso no coração
E sua função
Realiza profecias
Que não se realizam
Escreve poesias
Que não rimam
Capaz das maiores loucuras
Das piores diabruras
Penso no amanhecer
Quantos mais irei ver
Penso no anoitecer
Penso em mim
O que me irá acontecer
Penso em ti
Nunca me senti assim
Sentimento sem fim
Em ti penso
Como insenso
Que me invade a alma
Que me invade o coração
Com a sua calmacom a sua lentidão
Que dá vida e faz morrer
Que dá alegria e faz sofrer
Penso em tudo
Penso em ti
Penso...

por Jorge Simão
2005