quarta-feira, novembro 23, 2005

Meu lugar...

Aqui cheguei, voltei, a este lugar que já não conheço nem nunca conheci, onde nunca vivi nem soube viver. Não nasci, não vivi, não morri. Que faço eu aqui? Eu, aqui. Não... Sim.
Ando. Passo depois de passo, passo antes de passo, ando.Vou a lugar nenhum, chego a lugar algum. Incerto, percorro caminhos que não conheço, que não sei onde me levam. Caminhos da alma. Perdida. Talvez nunca encontrada. Isolada, desanimada. Sobrevive.
Aqui chove, aproveito cada gota, oiço cada história que me contam. Está fresco, seco, húmido, frio. A luz, aproveito cada segundo de luz, que me ofusca os olhos.
Passa uma hora, duas... Três. Solidão, num quarto que cada vez parece maior, mais frio, mais vazio, mais escuro e triste. No espelho ao canto vejo um reflexo, alguem que não conheço. Ou deveria conhecer. Só, olho para um telefone que nunca toca. É caro o tempo, que me põe contra a parede. Escondo-me. Peço perdão se digo que quero ser como dantes, uma criança que, sem medo, oferece o seu carinho.
É dia, espero pela tarde, noite. Adormeço. E é de novo dia, espero pela tarde, chega a noite e volto a adormecer. Outra vez, assim. Não me lembor de mim. Eu. Por vezes especial, belo, espetacular, poderoso, imparavel. Por vezes miseravel, penoso, só, fraco, frágil.
Amor. leva-nos à loucura. Leva-se as coisas longe de mais. Por amor. longe. Por amor. Ainda mais. De todas a mais bela dor, mas doi. Dor que faz viver. Dor que deixa morrer. Não quero saber se doi. Parece que é verdade o que dizem sobre o amor: é cego. Dentro de mim mil problemas vivem. Mil problemas que me negam.
Pela ultima vez, escrevo a linha final deste interminavel poema. Sem forças. Corro sem cessar. Sem sair do meu lugar. Meu lugar... Ao qual cheguei, ao qual voltei, que não conheço. Esse meu lugar...

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